Sintonia (32) | Temporada 1 e 2
Família. Pobreza. Dor. Sobrevivência.
Luta. Morte e Assassinatos.
Música.
Religião.
Contravenção.
Três amigos que refletem a máxima: você não escolhe seu sangue, mas escolhe sua família.
Esse é o ponto principal e o grande condutor na história. Família foi/é/será o que molda cada uma das personagens principais, independente de suas escolhas durante a trama.
Usando uma estrutura simples (dividida em 3 núcleos interligados), traçam-se os caminhos, dificuldades, decisões e consequências - para que você entenda onde e por qual razão eles estão ali hoje.
Na primeira temporada há uma maior atenção em dois deles em detrimento ao terceiro. Não é que não haja uma evolução neste último, mas comparado aos outros dois é o com menor efeito e quantidade de personagens de suporte, ao menos durante a primeira temporada. Tenta-se ajustar, na segunda. ;-)
Em relação aos outros dois pontos narrativos, percebe-se atenção e desenvolvimento similares durante os 2 anos, com maior destaque a um deles.
Esse maior foco traz uma "história própria" com muitas personagens, identidade e características mais desenvolvidas durante toda a trama, com o respectivo "intérprete do núcleo" levando com tranquilidade essa responsabilidade.
Algo muito bem explorado e com chance de cativar: pode ser um grande exercício de atenção entender o que algumas personagens dizem por suas gírias bem específicas e aí nasce uma qualidade (?) inusitada e divertida, na minha opinião, pois torna-se algo de curiosidade para muitos espectadores.
Se o vocabulário está correto ou não, eu não sei, mas não soa artificial como em muitas vezes que tentam-se reproduzir essas peculiaridades e traz com isso, um ponto de destaque para a série.
Em muitos momentos da história os diálogos são quase uma série dentro de outra série e você pode se pegar usando eles no seu dia a dia... Opa, usando eles na sua caminhada (?) sem perceber!
"Sintonia" tenta equilibrar situações mais leves e algumas personagens com motes cômicos, justamente para não ser uma série pesada retratando drogas, crimes, assassinatos e violência - que são geralmente implícitos.
Como não dá para ser 100% certeiro, "Sintonia" perde o equilíbrio em algumas retratações que contradizem regras já estabelecidas na história e que quando paramos para analisar, não parece que "ficaria por isso mesmo" e ficam, entende?
Como família e amizade são opções narrativas ocorrendo no cenário musical do funk, na religião e redenção ou crime e risco, é agradável ver que todos os principais atores estão bem a vontade e parece que estudaram seus papéis.
Tive a sensação de que realmente são amigos de infância, que cresceram, lutaram e ajudam-se nas suas jornadas individuais (que são coletivas no final) e com isso, senti credibilidade nas atuações diferente de outros que apenas "aceitei" que acontecia algo. ¯\_(ツ)_/¯
"Sintonia" pode mais acertar do que errar e talvez seja por não querer ser dramática ou profunda demais em seus dilemas a ponto de causar desconforto, mas trazer à superfície dificuldades que esses jovens não privilegiados vivem e suas distintas reações para os mesmos "problemas".
Outra escolha foi a de que mesmo conhecendo violência em primeira mão, os protagonistas são apresentados de forma humanizada para que haja empatia e interesse por seu destino, permitindo o amadurecimento pessoal e crescimento profissional, desde o primeiro episódio.
A série tem um bom ritmo sem sub tramas ou situações não utilizadas, se algo aparece é usado, desenvolvido e tratado pois são uma média de 42min em seis episódios por temporada, logo, corre!
Talvez passando por alguns preconceitos e relevando pontos do roteiro, "Sintonia" tenha algo de agradável entretenimento aí.
Boa diversão!
P. ;-)
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Bruna Mascarenhas, Jottape, Christian Malheiros
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