The Matrix Resurrections (46) | Filme
Aceite que não importa o que fosse feito, nenhuma expectativa seria atingida e toda uma memória afetiva seria involuntariamente acionada à cada frame e isso pode ser um pouco injusto com o produto aqui entregue.
Minha sugestão: aprecie e entenda o que a história quer lhe entregar AQUI (esqueça que há algo prévio) e DEPOIS de toda a exibição - ignore a cena pós créditos - analise como esse capítulo se encaixa na evolução de tudo apresentado até o momento pelos filmes anteriores.
É apenas uma sugestão! ;-)
"The Matrix Resurrections" já inicia sua exibição de forma muito clara mostrando suas insatisfações com nosso mundo real, que por bem ou mal criou esse novo capítulo. Se há de ser feito, que seja a sua maneira e não sem seu controle ou assinatura é o recado.
De forma respeitosa estabelece sua apreciação por tudo que foi entregue, recriando situações cena a cena (talvez mais vezes do que o necessário) ao mesmo tempo que adiciona algo novo e atual a elas para demonstrar uma necessária evolução no "status quo" que será e deve ser alterado, periodicamente.
O presente não é o passado e isso vai além do óbvio da frase, ele está intrinsecamente ligado a uma evolução social/comportamental e a aceitação de que novos protagonistas não precisam ofuscar os já existentes, mas sim completá-los e que está tudo bem não ser o solitário condutor 100% do tempo.
A proposta sempre foi evoluir, crescer, amadurecer, reciclar, questionar, provocar e abusar dos efeitos especiais e coreografias de lutas (im)possíveis ao contar sua história.
Tudo isso é proporcionado aqui e a questão é: Foi suficiente?
De uma forma interessante, é explicado logo de cara como os filmes prévios se encaixam aqui de uma maneira inusitada e criativa, fazendo completo sentido dentro desse universo e isso é divertido, mas...
Se essa não é sua primeira incursão na Matrix e hoje é tão fácil e rápido acessá-la, o problema pode ser o sentimento muito claro de repetição de uma fórmula já usada. É a mesma estrutura (começo/meio/desenvolvimento/fechamento) logo de início e aí cria-se um tempo de tela que pode ser percebido como desperdiçado, justamente na "revelação" da descoberta desta nova realidade.
Na minha opinião, se fosse algo mais leve como uma comédia por exemplo, não seria tão frágil o pedido de aceitação do formato pois como você já sabe o que esperar, quando ocorre a entrega isso é aguardado positivamente. Aqui por outro lado há necessidade de apresentar seriedade ao problema e por ser essencialmente uma recriação "cena a cena" de algo já vivenciado, não há um ápice na entrega, surpresa ou excitação.
Digamos que na primeira parte do filme observando o conjunto geral, pode parecer um pouco estéril de emoção e para algumas pessoas não funcionar como uma reverência respeitosa a um legado, mas sim como algo que não adiciona a trama e apenas atrasa seu desenvolvimento. Isso se desfaz quando não há uma comparação com o prévio, no entanto, nenhum "Matrix" quer ser consumo rápido, ele quer trazer algum questionamento e reflexão mais profunda... ou não era isso dessa vez?
Um aspecto positivo é que tudo é visualmente muito agradável e bem construído. A fotografia busca uma identidade mais viva e individual que lhe distancie dos filmes anteriores, o que é algo muito produtivo.
Ainda na coluna dos acertos transcorridos no primeiro terço do filme, há uma rápida introdução, caracterização e apresentação de novas encarnações a prévias personagens.
Se notar com atenção, perceberá que poucas são efetivamente novas, mas parciais reciclagens de outras já apresentadas trazendo a rebeldia e admiração pelo herói, puro suporte a trama sem maior desenvolvimento ou aquela figura de comando que apoiará a "jornada do herói" com relutância e obviamente, o herói novamente sem muita ideia de como executar seu destino, mas lutando contra o "status quo" (mais uma vez), que faz a gestão daquela realidade e é seu principal antagonista(?).
Justiça seja entregue, muitas personagens tem um frescor e atitudes marcantes, pois estão em posição de destaque equilibrando ausência de maior contexto de passado a elas e ainda assim, sendo relevantes e destacam-se quando em tela. Há uma ferocidade, atitude, petulância, irreverência e raiva, distribuídos nestes novos rostos e isso é entregue muito bem por seus intérpretes.
Se você apreciará essa nova versão das personagens é outra conversa. Imagine da seguinte forma, todos eles são novas versões de um mesmo programa, que ajustou-se a sua nova realidade/audiência e não desejam ser obliterados ou forçados a perder o que adquiriram até ali. Pode ser menos traumático. ;-)
Há algo de incômodo pelas escolhas narrativas?
Algumas coisas podem soar preguiçosas e forçadas no seu desejo de serem relevantes, atuais e provocadoras.
Lembra do ponto do protagonismo ser dividido e não centralizado?
Então, aqui isso pode ser um problema não pela escolha, mas na execução. Perde-se uma possível fluidez, que traria naturalidade ao estabelecimento desse protagonismo compartilhado quando o roteiro diminui e quase ridiculariza o protagonista anterior. Ele é quase deslocado de cena e muitas vezes parece não saber sua função. Isso já foi feito antes, não havia forma mais inteligente de prosseguir em sua jornada?
Ao invés de diminuir um para enaltecer o outro, quem sabe seria mais construtivo e elucidativo tê-los juntos (e a união representa muito no valor deles) reaprendendo seus reais potenciais. Isso traria uma nova percepção e experiência a toda história. Seria mais natural e não colocado "a força" pois esse era um dos objetivos que o roteiro "precisava" entregar. Faltou não cair na fuga do "roteiro disse".
"The Matrix Resurrections" é um filme fadado a não agradar na sua primeira exibição e com alguma possibilidade de aquecer o coração e talvez criar uma memória afetiva, quando revisto sem o fardo de precisar superar algo insuperável por tudo que representou e ofereceu à gerações direta ou indiretamente.
"The Matrix Resurrections" traz um visual muito bem elaborado, apresenta uma estrutura narrativa funcional - salvo ponto principal acima e participações inseridas (por nostalgia?) com a função de serem críticas sociais, que não adicionam nada de relevante ao desenvolvimento da trama e estão pelo gosto de "fazer crítica" e ainda para "ajudar" trazem um simbolismo não desenvolvido. Vem uma pergunta então: por qual razão sequer incluir na história?
Sobre a "Ressurreição" do título... Ninguém teve mais criatividade em todos esses anos? É falta de roteiro que fala, certo? ¯\_(ツ)_/¯
Algo um pouco estranho também é uma nova "característica salva-vidas" que uma personagem desenvolve, sendo usada exaustivamente - isso é tudo que ela sabe fazer agora? - e talvez a execução na parte final do filme, no que deveria ser o embate final. Faltou orçamento? ¯\_(ツ)_/¯
Nota para a utilização, inesperada e um pouco estranha na retratação em tela de alguns... Projéteis vindos do céu. ¯\_(ツ)_/¯
Para retornar com pontos de equilíbrio, não há nenhuma atuação que traga vergonha e todos os intérpretes principais trazem personalidade, graça e construíram personagens interessantes pela abordagem utilizada dentro do que o roteiro oferece e nesse ponto, quem sabe, uma delas seja mais artificial - não por demérito do intérprete.
Esse será um filme "ame ou odeie" que seguirá como motivo de conversa por um bom tempo e poderá ser visto positivamente embora tenha que se aceitar que ele não necessariamente desenvolve novas ideias ou conceitos nele, mas sim oferece oportunidades para possíveis continuações que se houverem, aí sim, poderá cumprir a função de ser mais que uma coesa homenagem ao invés de um história que não amadurece tudo que se dispõe a oferecer.
A propósito, como foi tua entrada nessa Matrix?
P. ¯\_(ツ)_/¯ (WTF!)
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Está nova versão tem que está enquadrado com.metaverso e com as aventuras espacial de Alan Musk da tesla e space.
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