Nota: Embora derivado de um filme prévio -
leia aqui, não há necessidade de assistí-lo. Há um rápido resumo no início do primeiro episódio. Bora lá!? ;-)
A personagem principal é machista, preconceituosa em diversos pontos, violenta de forma estúpida e sem noção de metade do que acontece a sua volta. Ela é ignorante de uma maneira inacreditável e sem pensamentos próprios além daqueles que foram "digeridos" durante sua vida e resultaram em sua cativante personalidade.
#sqn | Só que não! 🙊🙉🙈
Com uma premissa que poderia ser usada para uma fútil série com viés cômico, violenta, genérica e esquecível, há uma grata sacada de apresentar uma crítica social funcional baseada em sátira, humor cáustico, violência e estupidez extrema de algumas personagens que se levam a sério demais, sem perceber a fragilidade de seus argumentos ou mesmo sua falta de inteligência. ¯\_(ツ)_/¯
O interessante e inusitado em "Peacemaker" é estabelecer, sem pudor algum, que ela esfrega na cara do incauto o ridículo, patético, a mentalidade infantil e fragilidade emocional que o ser "humano" pode ter. Isso transcorre por uma crítica social funcional que não quer "ganhar pontos" com o politicamente correto (que a série não tem nenhuma intenção de ser) e inesperadamente - para mim - entrega um entretenimento que pode ser percebido como inteligente, audacioso e irreverente em seu roteiro.
Atenção à sexualidade, (des)respeito ao próximo e autoritarismo cego (citando alguns) que são construídos de maneira tão natural que mal se percebe a alfinetada/bofetada nos intransigentes.
Tudo isso pode ter vindo graças a grande liberdade de execução em "Peacemaker", o que acaba trazendo pequenos pontos de atenção em extremos como:
- Linguagem adulta em "11 de 10" palavras;
- Piadas sexuais e vulgares com frequência;
- Violência explícita e um pouco exagerada para alguns;
- Personagens com comportamentos e respostas "estúpidas" em exagero, ao ponto de cansar os mesmos comportamentos sempre.
O senso de humor "juvenil"(?) escolhido pode perder seu trunfo pela maciça repetição, não oferecendo variação ou evolução para algo mais refinado. É como se o espectador não tivesse capacidade para ser entretido de outra forma, embora muitas piadas no texto pedem mais atenção, ou seja, ele espera inteligência do público.
Dessa forma, por qual razão o esforço constante em piadas "juvenis" para manter atenção da audiência?
Por outro lado, a liberdade na criação de um roteiro e "script" equilibrados passa a percepção de que houve muito improviso, química e ousadia entre os atores e diretor/criador do projeto, propiciando interessantes momentos e ao menos quatro intérpretes do grupo principal trouxeram:
- Destaque a uma personagem obscura e rasa, criando camadas emocionais convincentes;
- Abordagem única, roubando cenas da primeira a última em tela. Há de se escrever uma ode à este idiota;
- Sutileza, insegurança, força e o contraponto humano em todo caos presente na história;
- Convence que pode bater e derrotar o maior adversário que aparecer e constrói a evolução de sua personagem de suporte para principal, durante a história.
"Peacemaker" tem em seu exagero extremo a desculpa ideal para fazer pouco caso de comportamentos "humanos" questionáveis, que pela forma tão sutil/natural que são criticados em tela, muitos (justamente o alvo da crítica) acharão que é um elogio à eles e não uma cutucada para provocar reflexão e amadurecimento.
Cada um a seu tempo. ¯\_(ツ)_/¯
Poderia escrever muito mais, mas quero deixar na sua mão o restante que pode ser dito - positivo e negativo! ;-)
Boa diversão!
P. ;-)
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