Morbius (62) | Filme

Primeira coisa, não fique chateado por você ter 30 anos ou menos e o Jared Leto parecer mais saudável e jovem que você. Ah, ele tem 50! 

Foco no filme! ;-) 

"Morbius" é uma nítida tentativa de estabelecer uma nova franquia com portas escancaradas para continuações, incursões no universo do Amigo da Vizinhança Homem-Aranha e por tabela, no restante do universo Marvel. Há potencial, ao menos no papel.

Na telona há algo que é mais do mesmo de uma maneira funcional até, mas não isenta de pequenos vícios desnecessários - coisa simples que quando somos preparados pode ajudar para uma positiva experiência.

Há a escolha da fórmula padrão de rapidamente estabelecer o desafio/dor da personagem principal, mostrar lembranças para empatia com a audiência e já criar o aguardado monstro para sair desenvolvendo o filme pipoca!

Algo que pode ser meio amargo para digerir é a escolha de edição e montagem desse "primeiro ato" que pode parecer sem muita inspiração usando uma abordagem "segura e datada", que infelizmente é carregada durante parte do filme, especialmente no caricato antagonista que recebe uma exagerada atenção no efeito especial, afinal ele tem que ser o monstro, já que o protagonista é um rosto muito simpático que ajuda a vender ingressos. 

Entende meu ponto? A opção narrativa e visual demonstra de forma não muito inspirada o contraste entre vilão e mocinho, sendo que atualmente existem formas muito mais inspiradas, graciosas e atrativas de estabelecer a identidade visual e caracterizar o lado bom e o mal, sem que pareçam caricaturas ou "lindos e perfeitos, mesmo em seu pior ângulo monstruoso". Nas primeiras cenas isso pode ser divertido, mas depois ficar cansativo. 

"Morbius" é equilibrado naquilo que se destina: Apresentar o herói amargurado em sua condição mortal, seu embate com o inimigo em mesma condição sem a culpa de ser sedento por sangue e trazer efeitos especiais que não ganharão nenhuma premiação, mas são funcionais ao demonstrar o movimento em "modo monstro" do protagonista, sua feições assassinas ou as sutis e bem estilosas mudanças físicas quando tem os "poderes acionados" e aí aquilo que citei antes. Enquanto no "Monstro Leto" há quase um glamour, no vilão é algo exageradamente mais cru com um aspecto físico que quer ser cadáverico a toda oportunidade para visualmente buscar teu asco mental e reforçar para quem você torcerá durante o filme. Menos é mais! ¯\_(ツ)_/¯. 

Novamente, isso não é algo que denigre "Morbius", no entanto diminui sua força e identidade ao fazê-lo parecer um filme genérico com muito do orçamento destinado aos efeitos especiais que, dentro do esperado e na maior parte do tempo, cumprem sua função de muitas sequências com rápidos embates e "voos" que preenchem a tela até descobrir como o "Monstro Mal" será derrotado.

"Morbius" usa o mote de vampiros e mesmo não abraçando a causa com vigor é o pano de fundo para apresentar um relutante novo super-herói em um entretenimento leve, sem muitas informações para confundir a audiência e é relativamente dinâmico após a evolução da personagem principal ou seja, embora genérico entrega algo que pode agradar desde que apreciado sem maiores inspirações grandiosas ou revolucionárias.

Atenção que existem algumas cenas no meio dos créditos deste fast-food de 1:44hs.

Separe a bolsa de sangue, só por segurança! 

P. ¯\_(ツ)_/¯ ;-) 

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