O mote é simples, como foi no filme de 2011 (leia aqui), uma pessoa é acusada de um crime que alega inocência e há mais do que é entregue logo de cara, forçando o caminhar por uma corda bamba para elucidar o que aconteceu e como muitas coisas estão realmente conectadas. Bônus: filme e série dividem similaridades e embora baseadas na mesma personagem são independentes e portanto, podem ser assistidas sem perda de surpresas.
Aproveitando-se da estrutura de 10 episódios com 50min em média que oferece muito terreno para apresentar reviravoltas, descobertas, subtramas, personagens secundárias com algum desenvolvimento e a tentativa de aprofundar personalidade e humanidade do "Advogado do Opalão".
De forma bem rápida, as personagens e situações são apresentadas e embora com aquela característica de "série de TV" onde coisas acontecem apenas para criar a falsa ilusão de tensão - que você sabe não trará consequência real ou ainda só ocorre "por ser TV e nunca seria assim no mundo real".
Chega a atrapalhar?
Se você gosta (ou não liga muito) para esse formato, você releva pois percebe uma série leve e que pode ser "gostosinha de assistir". Talvez não mude em nada sua vida e pode até esquecê-la logo que acabar, mas pode ter sido agradável ao lhe entreter e dessa forma logra êxito.
"The Lincoln Lawyer" não quer arriscar muito, tendo a personagem principal como vínculo com o todo -por mais ridículo e surreal a maneira que ela "caiu ali". Ela é nitidamente boa, não deseja prejudicar ninguém e só quer praticar (relutantemente) sua profissão e ter seu cliente como foco absoluto, mesmo que isso coloque sua própria vida em risco. ¯\_(ツ)_/¯
De forma bem tímida, personagens secundárias são desenvolvidas e embora suas motivações ou "problemas" sejam claros, estão ali para compor um universo mais amplo e tridimensional o que lhes permitiria (em teoria) mais camadas e profundidade emocional - novamente poderia haver mais ousadia e uma fuga do óbvio com elas.
Sobre o "Advogado do Opalão", ele é alguém agradável e competente no que faz. Não parece um advogado disposto a extremos (fora da lei) para vencer, mas mais alguém com boa oratória que sempre diz o que o juiz quer ouvir ou no caso, o que o roteiro estabelece que ocorrerá. ¯\_(ツ)_/¯
Embora, trazendo justiça a série, muitas sequências foram definidas e tratadas de forma natural para estabelecer o compasso moral da personagem, não trazendo muita dualidade e sim determinando seu lado bom e humano. Exemplo: interação com suas duas ex-esposas, amigo, filha e com sua nova motorista. Ele aparece com alguma frequência fazendo algo em prol delas e quando há algum egoísmo, por exemplo, é tão leve, que não chega a "incomodar".
Quando apresenta qualidades negativas que possam diminuir a empatia com a audiência, elas são de alguma forma justificadas e aí pode haver uma perda narrativa ao fazer do advogado alguém menos real e mais fictício em prol de ser "afável" na história.
Ele é o "bom advogado" na série, mesmo que falho em pontos que poderiam ser mais desenvolvidos e que trariam uma verdadeira carga emocional, por mais que toda a série queira ser leve e "audiência livre", no entanto essa foi a abordagem nesta primeira temporada.
E para você, qual seu veredito?
P. ;-)
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Manuel Garcia-Rulfo, Becki Newton, Neve Campbell, Christopher Gorham, Angus Sampson, Jazz Raycole
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