Violento. Fora do Convencional. Ousado. Atrevido. Engraçado.
Assuntos Adultos com sexo, drogas, abuso físico e psicológico, racismo, paranóia, vício, etc - nada de crianças sem supervisão! ;-)
"The Boys" agrega tudo isso de maneira irreverente e provocativa com temas atuais sem ser ridícula (o ridículo é funcional), entregando muitas vezes uma crítica ao absurdo da sociedade e capacidade humana de "raciocínio" e "percepção" da realidade.
O mote é estupidamente simples - como alguns supers. Super Heróis existem e aos olhos do grande público são íntegros, confiáveis e presentes na vida americana das mais diversas formas: programas de TV, comercializando da lancheira ao desodorante, passando por brinquedos, roupas e acessórios (tradicionais e mais íntimos e eróticos) - a falta de criatividade no marketing é a única restrição. Nesse universo os supers são personalidades religiosas e estão em filmes, desenhos, livros... Tudo com uma alta manipulação de percepção pública e engajamento norteado por algo simples: nível de aceitação na mídia.
Uma corporação é responsável por fazer isso realidade já algumas décadas. Dinheiro traz dinheiro, essa é a lição. Há apenas um singelo porém: os heróis são antiéticos, degenerados, assassinos egocêntricos e se preocupam MUITO com seu percentual na receita das venda$.
Ah, obviamente acreditam que estão acima das regras da sociedade!
Se essa premissa e formato não te preocuparem, colega, você pode ter algo interessante (não sem alguns furinhos no roteiro), com mais pontos positivos do que negativos!
Fazendo uma paródia bem séria (ou não!?) com Super Heróis muito conhecidos e já estabelecidos de outras mídias, "The Boys" subverte o conceito do altruísmo esperado e entrega em cada um dos heróis camadas de traumas psicológicas, medos, (in)segurança, desequilíbrio e ocasional redenção com violência crua, explícita e cinismo. Para não tirar tua alegria de olhar com bons olhos um super, alguns começaram de forma honrosa, buscando ajudar, mas sucumbiram ao glamour e adoração sendo agora fúteis peças comerciais para auxiliar no crescimento das ações da empresa. ¯\_(ツ)_/¯
O contraponto dos supers são os "The Boys" do título, humanos que tem suas desavenças muito particulares para piamente acreditarem que um mundo bom, é um mundo sem supers.
Supers bom, são super exterminados! 🙈🙉🙊
É interessante notar que a fotografia da primeira temporada é mais escura e suja, desprovida de cores vivas, como é o mundo ali retratado e mesmo trazendo estereótipos a torta e direita, seus intérpretes trazem emoções verossímeis que permitirão pena, carinho, ódio, excitação, angústia e curiosidade na audiência.
Audiência é algo muito trabalhado aqui e daí uma de suas críticas constantes ao demonstrar como tudo se resume a "curtidas", "Twitters", visualizações, bons números nas pesquisas com classes demográficas e éticas aliados a manipulação das notícias e ao que está "bombando" com o público. Tudo gera $$$ e esse é o foco dos supers existirem, pois eles são acima de tudo um investimento, afinal, quem não é?
Esse grande novelo que é "The Boys" cresce em suas temporadas e de forma surpreendente não decai. Mantém ou surpreende crescendo nas adversidades, surpresas, reviravoltas e criatividade em tratar de forma trivial o bizarro da violência, sexo, preconceito e opressão presentes no mundo real - talvez não tão aberto como na série, é verdade. Os supers não jogam pelas regras e estão acima do resto, logo, por qual razão se conter?
Nota válida, embora sexo seja presente em muitos episódios, a sexualidade e atos ligados ao sexo são tratados sem pudor (como deveriam?) e portanto podem chocar aos mais reservados. Talvez assistir sozinho crie um ambiente sem vergonha. ;-)
Lembra que disse que há uma evolução nas temporadas? Pois bem, entenda meu ponto de vista aqui:
Temporada 1
Apresenta-se um trauma que cria o vínculo para execução de uma vingança e toda a degradação moral (in)consciente para se atingir esse objetivo. Mentiras, abuso, violência e no meio de tudo isso o "ecossistema" e personalidades de cada um dos heróis. Não há tempo a perder ou situações desperdiçadas. Há o coração puro machucado, o megalomaníaco, o obstinado algoz, o ambicioso manipulador, o patético, o aproveitador, o desiludido... Tudo isso em um mundo corporativo que deturpa, acoberta atrocidades e dilacera em prol do lucro.
Machismo, estupro, violência, psicoses e delírios são entregues nas personagens e desenvolvidos de forma satisfatória dentro da proposta: apresentar, chocar, desenvolver com propriedade algumas situações e usar outras de forma superficial intencional.
Aí fica um ponto de melhoria, talvez. O roteiro trabalha situações que precisam estar lá e as usa, mas não vai fundo na crítica que apresenta ficando rasa em alguns desenvolvimentos. O objetivo de querer "chocar" a audiência (que funciona sempre) é interessante, mas não retorna para desenvolver toda a carga dramática que foi entregue. Perde-se a oportunidade de realmente fazer a crítica ressoar e ser reconhecida e não apenas ser uma rápida citação que é desperdiçada.
Longe de ser algo não agradável, a Temporada 1 prende atenção e desenvolve sua história de forma amarrada e traz algumas reviravoltas para próxima temporada. ;-)
Temporada 2
De maneira inteligente apresenta-se uma nova personagem e entrega-se durante a temporada história, nuances e personalidade a ela. Não há gratuidade nas informações e ações, criando-se um protagonismo que vai além do óbvio para ser uma influência em outras personagens e ampliando sub tramas na história e no universo sendo criado.
A característica já estabelecida de muita criatividade em apresentar uma violência gráfica chocante e situações explosivas e bizarras se mantém, no entanto, há um desequilíbrio no desenvolvimento de personagens principais em alguns arcos que parecem incompletos pela superficialidade no tratamento, sendo mais uma muleta "tapa buraco" para o tempo de duração dos episódios (ou algum "tema polêmico" para provocar) ao invés de ter um real sentido, consequência ou alguma utilidade reflexiva.
Como na temporada anterior muitas críticas e paralelos a sociedade "real" ocorrem, mas elas não tomam uma posição pois o roteiro não deseja "ter um lado", ele quer apenas incitar esse caos surreal (que é presente em nosso mundo) sem enfiar o dedo na ferida. É uma forma sagaz do roteiro provocar o absurdo de mentalidades e comportamentos existentes nos dias atuais, sem correr o risco de ser criticado por escolher um lado.
"The Boys" trabalha um pouco mais na história principal que deseja contar e resolve algumas que trouxe na temporada anterior. Como ponto a favor seguem as reviravoltas (in)esperadas que explodem o estabelecido até aquele momento e trazem constantes momentos de "cair o queixo" que seduzem para o episódio seguinte! ;-)
Ah, quase esquecendo, uma outra característica (dessa vez não agradável) é de apresentar personagens que teriam alguma relevância aos protagonistas e abruptamente sumirem para nunca mais voltar ou serem de qualquer falta aos nossos supers ou Boys - eles sequer reagem a ausência delas que seriam de alguma importância a elas. Isso ocorre nas duas temporadas. ¯\_(ツ)_/¯
Você será "Super" ou "The Boys"?
P. ;-)
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